A Rede de Apoio em Nova Bandeirantes que visa atuar no combate à violência doméstica conta também com o apoio da Polícia Militar.
A Soldado Carla Flanofa aponta que a corporação através do 4º Pelotão, durante o Agosto Lilás, campanha desenvolvida neste mês abordando o tema, buscou detalhar o papel da entidade.
“A Lei Maria da Penha, ela busca coibir a violência doméstica contra a mulher, punir também esses agressores que por muitas vezes, a mulher ela tem uma medida protetiva de urgência contra aquele agressor”, pontuou.
A militar ressalta que todo um acompanhamento é feito pela instituição, no que se refere ao cumprimento da medida protetiva designada pelo Poder Judiciário contra o agressor em questão.
Em não havendo o cumprimento da decisão judicial em alguns casos, a PM busca tomar medidas mais severas junto ao Ministério Público.
“A gente entra em contato com o Ministério Público para estar solicitando a prisão preventiva do agressor”, disse a policial.
De acordo com a Soldado Carla, o juiz busca fazer uma análise do caso em um primeiro momento, mas a implementação da medida protetiva além de proteger a mulher vítima de agressão, estende o mecanismo para testemunhas e familiares envolvidos no episódio.
Dependência Financeira e Menores no meio do conflito
A chamada “Dependência Financeira”, por parte da mulher para com o agressor, também é outro fator que implica em alguns casos. O afastamento do agressor do local, onde a vítima reside também é solicitado pelo juiz.
“Muitas vezes o juiz solicita o afastamento do agressor do lar. Ele solicita também que o agressor não entre em contato com a vítima, tanto no trabalho, tanto na residência dela [...] por nenhum meio seja através de outras pessoas ou mandar recado”, frisou.
Toda a comunicação é rompida entre o agressor e a vítima. Nos casos quando existem filhos menores envolvidos no meio do conflito, medidas também são tomadas, tendo como foco poupa-las de um risco maior.
“Às vezes esse agressor oferece risco para esses menores, então cabe aos órgãos públicos a manter essa distância. Muitas vezes no caso de violência doméstica [...], o juiz traz a guarda para a genitora, pelo fato do genitor oferecer risco para aquele menor”, salienta.
Por outro lado, quando os menores não estão em situação de risco sob a ótica do Poder Judiciário, o genitor poderá entrar em contato, mas com o acompanhamento do Conselho Tutelar ou outro órgão público.
Incidência de casos no município e trabalhos preventivos
Em Nova Bandeirantes boa parte dos casos atendidos pela PM local, retratam a alta incidência de mulheres que buscam ajuda da corporação nesse sentido. Embora o índice seja bem alto, a policial avalia como positivo.
“Muitas vezes é um bom sinal, porque significa que a mulher está tendo coragem de se pronunciar e de pedir ajuda. E com isso, a gente acolhe a mulher que vem aqui, pede a medida protetiva [...] a gente aconselha, pois a gente sabe que é uma situação complicada”, acrescentou.
Contudo, a Polícia Militar através da Patrulha Maria da Penha vem buscando atuar no município junto a Rede Pública de Ensino, buscando focar em campanhas preventivas.
“Tanto que os coordenadores e diretores de escola eles estão vindo aqui, onde a gente faz questão de estar indo até as escolas para estar atendendo e para passar um pouco de informação. Muitas vezes os alunos convivem com isso dentro de casa, e por se acostumarem com aquilo acham normal”, pontuou.
A Soldado Carla acredita ser importante aumentar o trabalho da chamada Rede de Apoio, atuando em conjunto com o Centro de Referência e Assistência Social (CRAS), Secretaria de Assistência Social e o Posto de Inclusão Digital (PID).
“A gente quer aumentar essa rede de apoio com palestras e campanhas aqui para a cidade, além de aumentar essa visibilidade”, enfatizou.
A PM de Nova Bandeirantes disponibiliza um canal de atendimento para denúncias pelo fone/whatsapp: (66) 98144-0151.
As denúncias podem ser feitas também na Polícia Judiciária Civil ou no 181 de forma anônima.