Até onde vai o ódio e a intolerância?
É possível desejar a morte de alguém apenas por pensar diferente de você? É com essa pergunta, que revela mais do que uma posição política ou ideológica, mas sim o caráter e a desumanidade de quem a profere, que iniciamos esta nota de repúdio.
Manifestamos nosso mais veemente repúdio às declarações de Walmor Scariot, agricultor e irmão do prefeito de Sapezal, Cláudio Scariot, que, em um áudio divulgado pelo WhatsApp, afirmou que “os petistas devem morrer”. Essa fala, além de criminosa, é inaceitável em qualquer sociedade civilizada.
Lembramos que incitar o ódio e a violência é crime, tipificado nos artigos 286 e 287 do Código Penal Brasileiro. Tais declarações não apenas atentam contra a dignidade de milhões de brasileiros e brasileiras, mas também afrontam a própria democracia, que pressupõe o respeito à pluralidade de ideias.
As afirmações do agricultor também se sustentam em falsidades. Ao alegar que “as pessoas não querem trabalhar”, ignora deliberadamente os dados oficiais: o Brasil alcançou, no primeiro semestre de 2025, o menor índice de desemprego da sua história, com 5,8%. A rejeição de trabalhadores à agricultura extensiva pode estar relacionada à baixa remuneração, às frequentes denúncias de condições análogas à escravidão e aos maus-tratos historicamente associados ao setor, e não à suposta “preguiça” da população.
Ao afirmar que “as pessoas estão cada vez mais pobres”, Walmor revela não apenas sua ignorância, mas também um preconceito estrutural. Em 2024, o Brasil retirou 3,5 milhões de pessoas da pobreza, saindo oficialmente do Mapa da Fome após cumprir os critérios exigidos pela ONU. Segundo o IBGE, a taxa de extrema pobreza caiu para 4,4%, a menor da série histórica.
O ódio manifestado pelo agricultor é tão profundo que ele sequer considera que, na própria cidade administrada por seu irmão, mais de 4 mil eleitores votaram no presidente Lula em 2022. Esse dado, por si só, mostra que a diversidade de pensamento está presente em todos os lugares, inclusive em Sapezal.
Nós, do Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso, enquanto defensores intransigentes da democracia, repudiamos todo e qualquer ato de ódio, intolerância e incitação à violência. Reafirmamos nosso compromisso com a convivência democrática, que se constrói com diálogo, respeito às diferenças e valorização da vida.
Informamos, ainda, que estamos em contato com nossa assessoria jurídica para que as medidas legais cabíveis sejam tomadas. Ações como essa, que incitam o ódio e promovem a segregação, já que ele ameaça comerciantes que apoiam os ideais do Partido dos Trabalhadores, não podem e não passarão impunes.
Democracia se faz com respeito. O ódio não passará.
Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso